domingo, 20 de setembro de 2009

"O Casting das Vedetas" na Sociedade Guilherme Cossoul


Fui ver este espectáculo no dia 19, e vou rever amanhã dia 26. É um trabalho, que para quem Ama ou simplesmente gosta de Teatro, da Arte de representar, vai se deliciar com o que vê nas tábuas do palco da Guilherme Coussoul.

É uma pena que textos como este da autoria de Lucien Lambert, que nos revelam uma certa realidade como aquela que nos é transmitida em cena, esteja tão pouco tempo num espaço cénico.

Ao longo de várias cenas, num cenário preenchido por duas mesas quadradas pequenas e algumas cadeiras, onde os Actores e Actrizes enchem o palco, mesmo estando em monólogo, outras vezes num contacto próximo do público, cantam, demonstrando a versatilidade e capacidade do Actor.

É um texto onde o Encenador José Lobato faz um bom casamento entre os vários tipos de Teatro, passando pelo drama, a comédia... Um texto que reflecte muitas realidades de certos "castings".

Como Actor, sinto-me envergonhado, por infelizmente termos principalmente no platô, pessoas, que merecem tal como todos, uma oportunidade, mas estes ditos "Actores", nem respirar sabem. E um texto que não é respirado, por mais bonito que se seja, o espectador não acredita no que está a ouvir e a ver. E assim, nascem e/ou morrem pontenciais Actores.

Tomo a liberdade do partilhar um texto publicado por Manuel Freitas:

"Gostaria de relembrar o papel de todas as pessoas, conhecidas ou anónimas, que têm passado pela Guilherme Coussoul (Guilhas) e que de uma forma ou outra têm tornado esta Colectividade numa alternativa à massificação da cultura.
Uma breve referência para grandes actores que aqui começaram. Um obrigado ao Henrique Viana, ao Raul Solnado, à Glicínia Quartim, ao José Viana, ao Jacinto Ramos e tantos outros.
Obrigado por nos terem deixado a vossa herança.
No passado como no presente A Guilherme Coussoul continua a ter uma forte paixão pelo teatro.
Teatro amador. Teatro sem vedetas. Teatro onde se pode aprender a ser humilde. Teatro onde cada um dos actores se questiona a si próprio. Teatro onde se aprenda o valor do colectivo. Teatro onde se pode aprender o observar a vida, a questionar a sociedade.
(...)
( texto lido num debate sobre teatro e guardado no sotão das minhas memórias)
"